O iene japonês iniciou a semana estável após declarações do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sobre a possibilidade de um aumento na taxa de juros. O mercado já precifica em cerca de 80% a chance de um ajuste na reunião de dezembro. Ainda assim, analistas avaliam que a fraqueza da moeda japonesa, observada ao longo de grande parte de 2025, deve se estender para 2026.

Segundo especialistas do BofA Securities, o iene pode ultrapassar o patamar de 160 por dólar no início do próximo ano, antes de se recuperar parcialmente e encerrar 2026 em torno de 155. Frente ao euro, a moeda japonesa tende a se desvalorizar até a região de 190 ienes na primeira metade do ano, refletindo políticas econômicas inflacionárias e o aumento dos riscos fiscais.

Nesse contexto, a primeira-ministra Sanae Takaichi prepara um pacote de estímulo de US$ 137 bilhões, apelidado de “Sanaenomics”. Embora a líder defenda a redução das taxas de juros, essa postura pode entrar em conflito com o Banco do Japão, que segue no caminho da normalização monetária. Economistas do ING alertam que o estímulo pode reacender pressões inflacionárias, forçando o banco central a elevar os juros novamente e ampliando as preocupações com a sustentabilidade fiscal — fatores que tendem a pressionar ainda mais o iene em um ambiente de condições financeiras mais restritivas.